Na
religião Wicca não há igrejas ou templos, o local onde os bruxos
se reúnem é chamado Coven.
Coven ou
Assembleia é um grupo de Buxos(as), que se unem num laço mágico,
físico e emocional, sob o objetivo de louvar a Deusa e o Deus, tendo
em comum um juramento de fidelidade à Arte e ao grupo.
Um Coven
tem como filosofia "Perfeito Amor e Perfeita Confiança".
Isto quer
dizer que dentro do Coven deverá prevalecer a união, pois um Coven
é, antes de mais nada, uma família.
Tradicionalmente,
ele abriga o máximo de treze pessoas, cada uma representando um mês
do ano, pois nas sociedades Matrifocais, o ano segue o Calendário
Lunar de treze meses de 28 dias, mais um dia, no total de 365 dias,
dai a expressão, um ano e um dia, pois quando é iniciada, a pessoa
estuda durante esse período para, depois confirmar seus votos.
O
Calendário de 13 Luas, também era usado pelos Maias, e é o que se
afina melhor com os ciclos da Terra. Para um estudante de Bruxaria, é
muito importante se afinar com as fases da Lua. Quando esse número
excede, há uma divisão, e cria-se então os Clãs, formados de
vários grupos originados de um Coven inicial comum. Num grupo tão
pequeno, todos tornam-se de vital importância, e a falta de qualquer
membro é facilmente sentida.
Em
Bruxaria, não existe nenhuma entidade hierárquica (ex. Papa). O
Coven não precisa ser associado a nenhuma fundação "maior",
como um grande "chefe" comandando tudo. No entanto cada
tradição tem sua organização própria sendo umas mais piramidais
que outras ou ainda mais ou menos fechadas em relação aos novos
membros.
O líder
do Coven deve possuir sensibilidade e poder interior para canalizar a
energia do grupo, para dar início e interromper cada fase dos
rituais, ajustando a duração de acordo com o ânimo do grupo. Ele
normalmente é escolhido pelo próprio grupo. Geralmente tem seu
cargo avaliado pelos membros e por si mesmo. Um sacerdócio-mor, uma
posição de liderança, não é um status vitalício e sempre que
necessário outras pessoas podem tomar estas posições desde que
dispostas a trabalhar e de comum acordo com todo o grupo. Tensões
por poder são comuns em todos os lugares. Nessas horas de disputa
mesquinha o ideal é que se afastem os membros envolvidos e que se
escolha um outro para o cargo. Moderação e diplomacia são sempre
preferíveis à decisões ríspidas e autoritárias, mas pulso firme
no momento certo, assegura a estabilidade dos laços.
Para
tornar-se membro de um Coven, o(a) Bruxo(a) deve primeiro encontrar
um Coven e ser iniciado, deve submeter-se a um ritual de
comprometimento no qual os ensinamentos e segredos internos do grupo
são revelados. A iniciação é seguida de um longo período de
treinamento, onde a confiança do grupo é aos poucos conquistada.
Ou, se não for possível encontrar um Coven de portas abertas o(a)
Bruxo(a) pode escolher uma tradição que admita a auto-iniciação e
formar seu próprio grupo de pessoas interessadas, que estudarão, se
dedicarão e se tornarão, com um pouco mais de esforço, um Coven.
Um Coven
mantém encontros periódicos para o treinamento e exercícios, troca
de experiências, comemoração dos Sabbats e Esbats, além de
trabalharem juntos em outros rituais. A disciplina é essencial na
formação de uma consciência mágica comum ao grupo e de uma
Egrégora (que é, para simplificar, a força mágica do grupo e sua
repercussão no Astral).
Covens
liberais e democráticos em excesso se embaralham em coisas simples.
Um pouco de ordem na casa, objetividade e disposição para abrir mão
das suas próprias opiniões em prol do grupo sempre ajudam a
concentrar esforços numa mesma direção.
Cada
Coven tem seu próprio símbolo e nome, suas regras, suas
características, seu método de estudo e "carisma mágico
próprio". Covens próximos podem e devem trocar influências,
porém sempre respeitando a individualidade de cada membro.
Mais que
tudo, um Coven é um organismo, vivo, pulsante, que responde segundo
seus membros. Se alguém está doente, mal-intencionado,
desequilibrado, angustiado, isso tudo se reflete no desempenho do
grupo, nos resultados dos rituais. Por outro lado se há alguém
extremamente bem, feliz, disposto, energizado, isso também é
dividido com os membros que sentem a energia do Coven. O Coven une
seus membros muito além do plano físico, até mesmo no emocional. A
união é uma simbiose mágica (ou ao menos deveria ser). O que um
sente é notado por todos, o que um passa é sentido por todos. Reza
o ditame:
"Os
laços de um Coven são mais fortes que o sangue."
Os
Covens possuem graus hierárquicos, dependendo de Coven para Coven.
Normalmente os membros são:
* - Alta
Sacerdotisa - a líder feminina de um Coven, normalmente de 3º grau.
Ela
representa a Deusa em um ritual e dá a palavra final em um Círculo.
* - Alto
Sacerdote - o líder masculino de um Coven, normalmente de 3º grau.
Ele
representa o Deus em um ritual.
* -
Anciã(o) - um membro do Coven que mereceu seu 3º grau e que seja ou
tenha sido uma Alta Sacerdotisa ou Alto Sacerdote em seu próprio
Coven.
* -
Terceiro Grau - completa e total dedicação aos Deuses e à Religião
Wicca.
* -
Segundo Grau - completou o seu 1º grau e é qualificado para ensinar
estudantes do primeiro grau. É o grau do verbo "fazer".
* -
Primeiro Grau - aquele que se dedicou a aprender a Arte. Este é o
grau do verbo "saber"
* -
Dedicado - aquele que está aspirando o primeiro grau, e decide a
dedicar-se aos caminhos da Wicca.
* -
Neófito/Buscador - uma pessoa interessada em Wicca, mas que ainda
não sabe nada relativo a Arte.
Os Covens
devem escolher uma Alta Sacerdotisa e Sacerdote que sejam
democráticos e bons, além de justos e sábios. Porém, devido à
liderança, é a Alta Sacerdotisa quem dá a palavra final.